Obesidade
Sou obeso?
Riscos da obesidade mórbida:
- Doenças do coração e da circulação, como infarto, derrame e hipertensão arterial
- Diabete
- Doenças da coluna e das articulações
- Doenças do aparelho digestivo, como pedra na vesícula e doença do refluxo.
- Alterações hormonais e sexuais
- Dificuldade de respiração e do sono
- Depressão e outras alterações psicológicas
- Risco elevado de morte. Dependendo da idade, o paciente com obesidade tem de 6 a 12 vezes mais chance de morrer do que uma pessoa normal.
Qual a causa da obesidade mórbida?
Tratamento clínico:
Tratamento cirúrgico:
O único método eficiente para a perda de peso prolongada e a diminuição dos riscos de complicações e morte das doenças associadas à obesidade mórbida é o tratamento cirúrgico.
Por proteção aos pacientes, o Conselho Federal de Medicina regulamentou as indicações e os tipos de procedimentos cirúrgicos que podem ser utilizados no Brasil para o tratamento de obesidade mórbida (Resolução CFM no 1.766/05 de 13/05/05, pelo site www.portalmedico.org.br
Quem pode ser submetido ao tratamento cirúrgico?
- Pacientes com IMC acima de 40, ou acima de 35 que apresentem doenças associadas, como diabete melito, apnéia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia (alteração do colesterol e ou triglicerídeos), doença das artérias do coração, doenças das articulações e outras.
- O paciente deve ter mais de 18 anos de idade. Idosos e jovens entre 16 e 18 anos podem ser operados somente após precauções especiais.
- Se a obesidade permanece estável há pelo menos 5 anos e o paciente foi submetidos a pelo menos 2 anos de tratamento clínico sem sucesso também é recomendável a cirurgia.
- É necessária a ausência de dependência a drogas ilícitas, de alcoolismo e de doenças psicóticas ou demências graves ou moderadas.
- Compreensão pelo paciente e seus familiares dos riscos e mudanças de hábitos intrínsecos a uma operação de grande porte e da necessidade de acompanhamento pós-operatório com a equipe multidisciplinar por toda a vida do paciente.
A cirurgia de obesidade mórbida é uma operação de grande porte, apresenta riscos e envolvem modificações definidas no aparelho digestivo. Serão necessárias mudanças no estilo de vida para que o procedimento tenha um sucesso duradouro. Assim, é importante que o paciente reflita bastante antes de decidir sobre realizar a operação.
É aconselhável que converse com a família e consulte seu médico de confiança. É uma cirurgia com muitos benefícios, compensadores para a grande maioria dos pacientes, já que, além de melhorar a qualidade de vida, reduz significativamente complicações em doenças associadas e o risco de morte.
O que devo esperar com o tratamento cirúrgico?
O principal objetivo do tratamento cirúrgico é ajudá-lo a perder peso, melhorando a qualidade de vida e reduzindo expressivamente os riscos de complicações, inclusive de morte.
Avaliação Pré-Operatória:
Tratamento Cirúrgico
Com o objetivo de reduzir a capacidade do estômago e a ingestão de alimentos, esse procedimento consiste em na introdução de um balão inflável de silicone dentro do estômago por via endoscópica. Logo após a sua introdução, o balão é inflado com cerca de 500 ml de líquido. Um processo simples que é realizado ambulatoriamente, ou seja, o paciente não precisa ser internado.
- O balão deve ser retirado no máximo em seis meses para evitar complicações e a perda de peso é geralmente moderada e temporária.
- Complicações como erosões, úlcera, perfuração e obstrução (fechamento) do estômago, vazamento do balão e infecção em volta do balão pode ocorrer, mas não é comum.
- O uso do balão é contra-indicado em pacientes com algumas doenças, principalmente do esôfago e estômago.
Um procedimento que consiste na colocação de uma prótese de silicone em forma de banda ou fita em volta da parte proximal (de cima) do estômago, provocando um estreitamento neste, assim cria-se um reservatório de pequena capacidade, cerca de 30 ml. A ingestão de alimentos preenche rapidamente esse reservatório do estômago e faz com que o paciente sinta-se satisfeito e pare de comer.
O grau de estreitamento do estômago pode ser ajustável (regulado) no pós-operatório com a injeção de líquidos no reservatório da banda localizado embaixo da pele do paciente, podendo ser ampliado ou reduzido, conforme a quantidade de alimentos que o paciente seja capaz de ingerir.
- É necessário cooperação do paciente para obter perda de peso.
- A diminuição do peso em pacientes que ingerem grande quantidade de alimentos hipercalóricos é pequena.
- Perda de peso inadequada em longo prazo.
- Alguns pacientes podem apresentar complicações como dilatação do esôfago, esofagite, perfuração do estômago e deslocamento de banda.
- O procedimento é reversível.
- Gastroplastia com Derivação Intestinal
- Operação de Capella
- Operação de Fobi
- Operação de Wittgrove
Três técnicas distintas em alguns detalhes. É feito um novo reservatório gástrico (estômago) pequeno (cerca de 30 ml), para então, anastomosar (costurar) este reservatório com o intestino mais abaixo, cerca de 1 metro mais curto. O restante do estômago e o intestino desviado não são retirados do organismo, ficam apenas excluídos do contato com os alimentos. Assim, a quantidade de alimentos ingeridos e absorvidos, é menor. Alguns cirurgiões preferem acrescentar um anel no final do reservatório gástrico para reduzir a passagem dos alimentos do estômago para o intestino.
- Técnica mista, com predominância do fator restritivo. A quantidade de alimentos que o paciente pode ingerir é bastante limitada.
- A principal vantagem é a perda de peso adequada e duradoura na maioria dos casos.
- Sendo um procedimento tecnicamente mais complexo, podem ocorrer complicações no pós-operatório imediato, como infecção, hérnia e fístula (extravasamento do conteúdo do estômago ou intestino para a cavidade do abdômen ou para a pele).
- As complicações tardias ocorrem em poucos pacientes. A maioria possui uma excelente qualidade de vida depois dos primeiros meses seguintes a operação.
- Operação de Scopinaro
- Operação de Desvio Duodenal
São técnicas que ressecam (retiram) uma parte do estômago e anastomosam (costuram) o restante dele com porções inferiores do intestino.
Nesta operação parte do estômago é retirada de forma definitiva do organismo, diferente das técnicas de gastroplastia com derivação intestinal. Com a redução do estômago, diminui-se a quantidade de alimentos ingerida pelo paciente, além de reduzir bastante a absorção dos alimentos devido o desvio (derivação) do intestino.
- Técnica mista, com predominância do fator disabsorvido. É pouco reduzida a quantidade de alimentos que a pessoa pode ingerir.
- Aumento de evacuações e eliminação de fezes e gases fétidos (mal cheirosos).
- Geralmente a perda de peso é adequada e duradoura.
- Um procedimento tecnicamente mais complexo, possibilitando a ocorrência de complicações no pós-operatório imediato, como infecção, hérnia e fístula.
- Complicações nutricionais e metabólicas tardias, tais como deficiência de vitaminas e minerais, são comuns.
Complicações:
É importante esclarecer que o risco do tratamento cirúrgico da obesidade mórbida é muito pequeno se comparado às suas vantagens.
Se seguidas as orientações, a recuperação da cirurgia ocorrerá sem complicações.